Omnispectrum é uma performance que convoca a memória de territórios onde vida e morte se entrelaçam. Inspirada pelo animismo, apresenta um dispositivo performativo de carácter analógico, no qual paisagens fílmicas, sons manipulados em tempo real e gestos corporais se cruzam para criar um espaço ritual. Nesse encontro, corpo, ruína e paisagem tensionam-se, revelando dimensões do invisível em que o efémero ganha presença e o silêncio se torna matéria. Com registos fílmicos do deserto de Atacama (Chile), território do povo Chinchorro, a obra articula memória ancestral, ecologia e espiritualidade, desvelando a teia de relações que une o humano à natureza.
→ Data, hora e local da performance a anunciar.
Omnispectrum is a performance that invites the memory of territories where life and death are intertwined. Inspired by animism, it presents a performative divide of analog nature, in which filmic landscapes, real time manipulated sounds and body movements intersect in order to create a ritual space. In this intersection, body, decay and landscape come into tension, revealing dimensions of the invisible in which the ephemeral gains presence and silence becomes matter. With film records from the Atacama desert (Chile), land of the Chinchorro people, the work articulates ancestral memory, ecology and spirituality, unveiling the web of relationships that bond humans to nature.
→Date, time, and venue of the performance to be announced.
Direção Artística: Jorge Quintela, Henrique Fernandes e Inti Gallardo
Operação de Som: João Ricardo
Arte Gráfica: Fons Hickmann
Apoio à investigação: Lautaro Gallardo, Mário Gomes
Produção Executiva: Patrícia Caveiro
Produção: Sonoscopia
Coprodução: Lisboa Soa, Jazz ao Centro, Space Festival, Bando à Parte, Ceis8, ÁNCORA Coop
Jorge Quintela formou‐se em Fotografia e Audiovisual, em 2003, na Escola Superior Artística do Porto. Trabalha em cinema como realizador e diretor de fotografia, colaborando, nesta área, com realizadores como Edgar Pêra, Rodrigo Areias, Rita Azevedo Gomes, Gabriel Abrantes e Salomé Lamas e Diogo Costa Amarante.
Em 2010, realiza o seu primeiro documentário “On The Road To Femina” sobre o músico The Legendary Tigerman, apresentado no IndieLisboa, e a curta‐metragem de ficção, Ausstieg, premiada com uma Menção Honrosa na Competição experimental do Curtas Vila do Conde exibida em vários festivais internacionais. Em 2011, realiza “O Amor é a Solução para a Falta de Argumento”, galardoado com o prémio de Melhor Curta‐Metragem Portuguesa, em 2012, no FEST – Festival Novos Realizadores | Novo Cinema, que tem lugar em Espinho. Em 2013, ganha, com Carosello, o Grande Prémio do Curtas Vila do Conde e os prémios de Melhor Curta‐Metragem e Prémio do Público no Festival de Cinema Luso‐Brasileiro. A sua última curta‐metragem, “Sobre El Cielo”, de 2015, esteve em competição em importantes festivais internacionais, destacando se o NEXT film Festival em Bucareste e Crossing Europe Film Festival em Linz.
Paralelamente ao seu trabalho em cinema, tem apresentado obras de instalação, vídeo e 16mm e performances audiovisuais, destacando‐se, em 2015, Spectroscope e Radioscope, exibidas na Solar – Galeria de Arte Cinemática, e no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura, em Guimarães. Em 2016, com a colaboração de Rui Lima e Sérgio Martins, cria SoundScope Cinema, apresentado no Curtas Vila do Conde e no Temps d’Images Lisboa. Colabora igualmente com a Sonoscopia Associação Cultural na criação dos projetos de performance/instalação “Drapper Point e Sublumia” que foram apresentados no Festival de Arte Sonora Lisboa Soa 2018 e na exposição Disposofónicos no Palacio Vila Flor em Guimarães.
Inti Gallardo, artista experimental e cineasta, é conhecida por trabalhar a tensão entre o analógico e o digital, examinando a materialidade das imagens, arquivos e memória. Com a fusão de formatos de cinema analógicos, como 8mm e 16mm, e processos digitais, a artista quebra barreiras existentes entre o orgânico e o tecnológico. Com formação em Cinema e Televisão pela Universidade Nacional de Córdoba (Argentina) e mestrado em Media Artes pela Universidade do Chile e na Universidade Politécnica de Valência, terminou recentemente o seu Meisterschülerin em Arte e Média na Universidade de Artes de Berlim. O seu trabalho tem sido apresentado em diversos festivais e espaços culturais espalhados pelo mundo. É também membro de alguns coletivos artísticos, como o ANCORA Coop e o Coletivo Experimental de Cinema CEIS8.
Formado em contrabaixo pela Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo, Henrique Fernandes desenvolve uma atividade paralela à sua formação clássica nas áreas da improvisação e da música experimental. Foi um dos mais dinâmicos impulsionadores do desenvolvimento da cena portuense a partir da transição do milénio, colaborando e tocando com inúmeros improvisadores e formações como Mécanosphère, Stealing Orchestra, Três Tristes Tigres, Estilhaços, John Zorn’s Cobra, Damo Suzuki ou Fritz Hauser.
Nos últimos anos, concentra o seu trabalho na construção de novos instrumentos e na criação de obras sonoras que desenvolve coletivamente com a Sonoscopia, associação da qual é membro fundador e com a qual se apresentou em vários países europeus, América do Sul e Emirados Árabes Unidos. Como criador, foca-se no detalhe sónico dos objetos e dos materiais, desenvolvendo obras onde o som é reforçado por uma forte componente visual. Nesta área, destacam-se as peças para todas as infâncias “INsono” e “Futurina”, a exploração luminosa e eletromagnética “Draper Point” ou a imersão subaquática “Sublumia”.