A Escuta

de Inês Oliveira

Documentário

Nov 9, 2023

21:00

Exibição inserida numa sessão com duas atividades com pequeno intervalo (bilhete único de 3,50€, comprado no local):

Screening as part of a session with two activities with a small break (single ticket 3.50€, bought on site):

A Escuta (Doc), de Inês Oliveira  | 21:00
Nomad Nenúfar (Concerto / Concert) | 23:00

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Centro Cultural de Paredes de Coura

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Sinopse:

Mergulho nas águas profundas de um artista multidisciplinar e inconformado que se dedicou, desde a primeira juventude, à experimentação e a “estéticas falíveis”, na sua própria definição. Pioneiro, em Portugal, da música improvisada. O artista é filmado “em ação”, num espaço abstrato e num tempo suspenso. Entre atuações, incursamos, sem filtros, nos labirintos da sua memória. “A Escuta” é também a passagem de testemunho de um mestre.

Este filme nasce do desejo de dar a conhecer, através da “minha lente”, o mestre que é Carlos “Zingaro”. Conhecê-lo em ação e conhecer a sua história. As características que o distinguem são o gosto pela experimentação, o pioneirismo e a permanência na cena das artes e cultura em Portugal - e pelo mundo - ao longo de mais de 50 anos. É um artista de riscos e de vertigem, que sempre viveu da sua arte minimizando concessões e comprometido com a busca pela “verdade do momento”. Uma vida de entrega total, de pesquisa incessante, de fogachos de plenitude, e de um considerável património imaterial, visto que a maior parte da música que criou não ficou registada em discos. Viver para o momento, no momento. Tocar esse momento. Os encontros, as evocações e a aventura da descoberta... estes são os vectores de Carlos “Zingaro”. Ao reflectir sobre a vida e a arte, em perspectiva, como no presente da acção, “Zingaro” auto-retrata-se.

A escuta é a condição base de um improvisador. É também a minha condição como cineasta e de espectadora entre espectadores. É a condição necessária para uma sociedade mais humanista.

Sobre Inês Oliveira:

Nasceu em 1976, Lisboa. Desde 2003 que a sua atividade principal é a escrita de argumento e realização cinematográfica: “O Nome e o N.I.M.” (curta, 2003), “Comer o Coração de Rui Chafes e Vera Mantero” (doc., 2005), “Cinerama” (longa, 2009), “Bobô” (longa, 2013), “Vira Chudnenko” (documentário, 2017), “O Sapo e a Rapariga” (curta, 2019), “A Escuta” (doc., 2022). Os seus filmes têm sido premiados e exibidos em dezenas de festivais internacionais como TIFF- Toronto, Nouveau Cinemas Nouveau Medias, Angers, Torino FF, Mostra de São Paulo, DocLisboa, Vila do Conde, IndieLisboa.

Documentário exibido em parceria com o Ler Cinema (clube de cinema organizado pela Câmara Municipal de Paredes de Coura, com curadoria do realizador Paulo Pinto). A sessão contará com a presença da realizadora.

Synopsis:

A deep dive into a multidisciplinary and nonconformist artist, a pioneer in Portuguese improvisational music, passionate on the practice of "fallible aesthetics" - in his own definition). We meet him performing in an abstract space and suspended time. Between performances we travel inside the labyrinth of his memories. “To Listen” is also a master’s testimony.

This film is born from the desire of sharing the master Carlos “Zingaro”, through my lenses. We meet him in action and listen to his story. He is distinguished for being a pioneer on experimentalism and his permanence on the arts scene for more then 50 years on a row. He’s an artist of risks and vertigo, who always lived from his art, with minimal compromising, searching for coherence, and, above all, searching for "a truth." The outcome of his choices is a lifetime of complete dedication, difficult sustainability, of never-ending research, of bursts of plenitude, and a sizeable immaterial heritage, as most of the music created by him, wasn't recorded on vinyl or tape. Living for the moment, in the moment. Playing that moment. The meetings and summoning… these are Carlos “Zíngaro's” vectors.

"To Listen" is Carlos "Zíngaro's" basic condition, as an improviser. It's also an increasingly required state towards a humanistic society.

About the director:

Inês Oliveira was born in Lisbon, 1976. She studied Fine Arts (Ar.Co Lisbon) and Cinema (ESTC Lisbon) and attended an intensive course in Videoart at Gulbenkian Foundation with the teachers Chantal Akerman, Haroun Farocki, Jean Pierre Gorin. Her first film, O NOME E O NIM / NAMES AND NUMBERS (2003) won the awards for the Best Film at Curtas – Vila do Conde, Festival Premiers Plans, and Festival Nouveaux Cinema et Nouveaux Medias Montreal. Her feature films CINERAMA (2009) and BOBÔ (2013) were presented at several international film festivals, such as Toronto IFF, Stockholm IFF, Mostra Int. de Cinema de São Paulo, and were both commercially released in Portugal.

Documentary screened in partnership with Ler Cinema (a film club organised by Paredes de Coura City Council and curated by the director Paulo Pinto). The director will be present at the screening.

Ficha técnica / Credits:

Argumento e realização / Screenplay and direction - Inês Oliveira 

Com / With - Carlos“Zingaro”, Joelle Léandre, Sebi Tramontana, Paul Lovens, Maria Belo Costa

Imagem / Image - Paulo Menezes, Inês Oliveira 

Som / Sound - Hugo Leitão 

Montagem / Edition -   Inês Oliveira , Rui Pedro Mourão

Produtor / Producer - Alexandre Oliveira 

Agradecimentos / Acknowledgements - Luis Lopes, Maria do Mar, José Bruno Parrinha, Rui Eduardo Paes, Ricardo Saló, Rodrigo Amado, André Príncipe, Leonor Noivo, Rita Benis, Maria Joana, Bruno Sequeira, Max Pons, Luz Poppe, Ana Paula d’Assumpção.

Apoios / Support - ICA, Fundação Calouste Gulbenkian, SPA

Inês Oliveira

Inês Oliveira (1976) vive e trabalha em Lisboa. Estudou escultura, joalharia e desenho no Ar.Co e Cinema na E.ST.C. Fez o curso de Videoarte pela F. C. Gulbenkian. Desde 2003 que a sua atividade principal é a escrita de argumento e realização cinematográfica: “O Nome e o N.I.M.” (curta, 2003), “Comer o Coração de Rui Chafes e Vera Mantero” (doc., 2005), “Cinerama” (longa, 2009), “Bobô” (longa, 2013), “Vira Chudnenko” (documentário, 2017), “O Sapo e a Rapariga” (curta, 2019), “A Escuta” (doc., 2022). Os seus filmes têm sido premiados e exibidos em dezenas de festivais internacionais como TIFF- Toronto, Nouveau Cinemas Nouveau Medias, Angers, Torino FF, Mostra de São Paulo, DocLisboa, Vila do Conde, IndieLisboa. Em 2022 fundou a produtora Filmes da Mãe.

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Carlos Zíngaro

Carlos Zíngaro, nascido em Lisboa em 1948, é violinista, compositor e músico experimental. Reconhecido como um dos pioneiros na interação em tempo real e na introdução de novas tecnologias na composição em Portugal, ele também se destaca como cenógrafo, artista plástico, pintor, ilustrador e autor de bandas desenhadas.

Aos 4 anos, ingressou na Fundação Musical dos Amigos das Crianças, onde iniciou os seus estudos de violino. Continuou a sua formação em música clássica no Conservatório Nacional de Lisboa e na Escola Superior de Música Sacra, estudando órgão com Antoine Sibertin-Blanc. Aos 13 anos, tornou-se músico profissional ao integrar a Orquestra Universitária de Música de Câmara.

Na década de 60, fundou a banda Plexus, que introduziu o Free Jazz em Portugal. O grupo gravou um disco em 1969, combinando rock, improvisação e música contemporânea. Após ser enviado para Angola durante a guerra colonial, Zíngaro retomou o projeto em 1973, com uma sonoridade influenciada pelo free jazz. Após a Revolução de 1974, colaborou com diversos artistas, incluindo Júlio Pereira, Sérgio Godinho e Zeca Afonso.

Em 1975, concluiu o curso de cenografia na Escola Superior de Teatro de Lisboa, iniciando uma carreira paralela como cenógrafo, trabalhando em figurinos e cenários para peças teatrais. Em 1978, participou do primeiro Encontro de Teatro Instrumental na Universidade Técnica de Wroclaw, na Polónia, onde estudou música electro-acústica. Obteve uma bolsa Fulbright e, em 1979, continuou os seus estudos na Creative Music Foundation, em Nova Iorque.

Desde então, Zíngaro colaborou com renomados músicos improvisadores, como Anthony Braxton, Barre Phillips, Christian Marclay, Evan Parker e outros. A sua trajetória abrange uma ampla variedade de expressões artísticas, consolidando-o como uma figura multifacetada e inovadora na cena musical e artística portuguesa.

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A Escuta [Trailer]

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