Sonhário
André B. Silva
Concerto
Nov 25, 2022
22h30
NOTA
Espetáculo inserido numa sessão com dois concertos (bilhete único):
Margarida Garcia (solo) | 21h30
André B. Silva - Sonhário | 22h30
Intervalo: 15 minutos

NOTA
Espetáculo inserido numa sessão com dois concertos (bilhete único):
Margarida Garcia (solo) | 21h30
André B. Silva - Sonhário | 22h30
Intervalo: 15 minutos
“Imaginação querida, o que sobretudo amo em ti é não perdoares.” Breton, André. Manifesto Surrealista. 1924
Estou em casa e um homem estranho vestido com gabardine e chapéu entra. Há algo de ansioso no seu olhar, na forma como torce a boca. Fala-me de coisas pretendendo restaurar a normalidade, mas o desconforto é agora uma parede que impede qualquer intenção de comunicar. A minha namorada revira os olhos. Digo-lhe que está na hora. Que tem de ir. Ele manifesta essa intenção. Levanta-se e sai da divisão. Só o alarme do telemóvel anuncia o seu esconderijo atrás da porta da casa de banho e às escuras. O seu suor mistura-se com as lágrimas. Este homem estranho é um grande amigo de infância envelhecido pela vida e pelo trabalho.
Sonhário é um arquivo de sonhos recolhidos de forma indiscriminada. Em estreia absoluta e preparado para o Space Festival, será conduzido e narrado por André B. Silva e musicado em tempo real pelo próprio acrescido de João Pedro Brandão, Sérgio Tavares e Miguel Rodrigues.
"Dear imagination, what I love most of all about you is that you don't forgive." Breton, André. Surrealist Manifesto. 1924
I am at home and a strange man dressed in a trench coat and hat enters. There is something anxious in his gaze, in the way he twists his mouth. He talks to me about things intending to restore normality, but the discomfort is now a wall preventing any intention of communicating. My girlfriend rolls her eyes. I tell her it's time. That he has to go. He expresses that intention. He gets up and leaves the room. Only the mobile phone alarm announces his hiding place behind the bathroom door and in the dark. His sweat mixes with tears. This strange man is a great childhood friend aged by life and work.
Sonhário is an archive of indiscriminately collected dreams. In absolute premiere and prepared for Space Festival, it will be conducted and narrated by André B. Silva and set to music in real time by himself plus João Pedro Brandão, Sérgio Tavares and Miguel Rodrigues.
André B. Silva - guitarra
João Pedro Brandão - saxofone
Sérgio Tavares - contrabaixo
Miguel Rodrigues - bateria
André B. Silva é um guitarrista, compositor e professor nascido e criado em Lisboa. Descobriu o caminho para a guitarra aos 16 anos e começou a escrever canções alguns anos mais tarde. O seu interesse pela composição e escrita de canções levou-o a gravar um álbum com um grupo chamado Best Before Full Moon em 2009.
Mais tarde mudou-se para o Porto, onde frequentou o Hot Clube de Portugal, e continuou os seus estudos na ESMAE. A sua vida foi atraída pela vibrante cena musical do Porto, onde permaneceu desde então, com exceção de uma passagem de dois anos por Nova Iorque. Para além dos seus trabalhos a solo e de colaborações como The Guit Kune Do com António Pedro Neves, Eurico Costa, Francisco Rua, Virxilio da Silva, João Próspero e Diogo Silva, André é também membro do The Rite of Trio ao lado de Filipe Louro e Pedro Melo Alves. Lançou o álbum "Mt. Meru" em 2022 com a editora Clean Feed Records.
Saxofonista, flautista, compositor e improvisador, é um dos principais impulsionadores da música improvisada no Porto, tendo fundado a Porta-Jazz, a qual dirige desde a sua génese. Estudou na ESMAE-Porto, concluindo a licenciatura em Jazz (2007), o Mestrado em Interpretação (2012) e o Mestrado em Ensino (2014). Estudou no Lemmensinstituut (Bélgica) em 2007.
Em 2011 criou o CORETO, ensemble de 12 músicos que atuou nas principais salas em Portugal, gravando três álbuns com a sua música: A Tribo (2021), Analog (2017) e Aljamia (2012), todos aclamados pela crítica. Gravou Trama no Navio (2020), um projeto para reinterpretar, em formato de câmara, a música que escreveu para a orquestra OJM musicar o filme Couraçado Potemkin. Com apoio da DGArtes, foi apresentado na Lituânia, Áustria, Alemanha, Suíça, Hungria, Egito e Espanha.Desde 2009 integra a Orquestra de Jazz de Matosinhos como instrumentista, arranjador e assumindo a direção musical de alguns projetos (Novos Talentos e Today is the Question). Recebeu encomendas das orquestras de jazz de Espinho e de Leiria.Estreou, em 2025, o ensemble de 30 músicos Ursa Maior, dedicado à música improvisada.Colabora na sonoplastia da Companhia de Teatro Musgo desde a sua formação, em 2012. Criou a música e sonoplastia para HENDA I XALA – Saudade que Fica, de Wura Moraes, apresentado no DDD 2024.Com os músicos Demian Cabaud, Marcos Cavaleiro e as bailarinas Ana Rita Xavier e Wura Morais, criou o espetáculo Aether – Cruzamento, apoiado pela DGArtes, em circulação em 2024/25.Destacam-se ainda outros projetos na área da música improvisada:Bode Wilson – Brandão/Cavaleiro/Cabaud (Carimbo Porta-Jazz 2022, 2017, 2014); Vera Morais – É Apenas Um Pouco Tarde (CPJ 2024); Demian Cabaud Quinteto (CPJ 2024, 2021); Alma Tree – Alves, Moses, Trilla (CPJ 2024); Pedro Melo Alves Omniae Large Ensemble – Lumina (Clean Feed, 2021); Susana Santos Silva (CPJ 2020, 2015). Internacionalmente, colabora com Almut Kühne, Alfred Vogel, Leo Genovese, Lucia Martinez, entre muitos outros. É professor no Conservatório de Música do Porto.
Paralelamente à atividade musical, estudou Engenharia Química na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura em julho de 2000.
Sérgio Tavares é natural do Porto e iniciou os seus estudos de contrabaixo com o professor Slawomir Marzec na Fundação Conservatório Regional de Gaia. Concluiu o curso de professores do ensino básico, variante de Educação Musical, no Instituto Piaget de Arcozelo em 2000. Entre 2001 e 2011, participou ativamente de workshops e masterclasses com renomados músicos de jazz nacionais e internacionais, como Hein van de Geyn, Ron Carter, Eddie Gomez, Bojan Zulfikarpasic, Remi Vignolo, Carlos Bica, Carlos Barretto, Martin Wind, Matt Wilson, David Liebman, Drew Gress, Tony Malaby, Orrin Evans, Darryl Hall, Omer Avital, Chris Lightcap, entre outros.
Em 2011, concluiu a Licenciatura em Música, variante de JAZZ, com especialização em contrabaixo, na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto – ESMAE. Em 2009, contribuiu com a composição da trilha sonora do filme "Memórias de um Lugar", dirigido por Dária Salgado, selecionado para o concurso do 17º Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde.
Sérgio Tavares é reconhecido por sua atuação musical versátil, participando em diversas formações de jazz e música improvisada, como ARS Trio, Incompleto, Puzzletone, Ricardo Pinto Trio, entre outros. Além das suas atividades como músico, exerce funções docentes na Academia de Castelo de Paiva e no Arteduca – Conservatório de Música de Famalicão. A sua discografia inclui o álbum "Monção" (2012) com o Sara Miguel Quarteto, lançado pela editora Numérica.
Miguel Rodrigues é um baterista nascido em 1994 em Viseu, Portugal. Concluiu o Curso Profissional de Instrumentista Jazz (nível IV) no Conservatório de Música da Jobra. Integrou a banda vencedora do concurso de escolas da 11.ª Festa do Jazz do S. Luiz, arrecadou o 2.º lugar no Prémio Jovens Músicos em 2016 e em 2019 ganhou um apoio à criação e à edição discográfica da jazz.pt, no âmbito do open call “Cena Jovem” de onde resulta o seu primeiro disco “Empa” com Demian Cabaud no contrabaixo e José Diogo Martins no piano.
Tocou, em diferentes contextos, com Albert Cirera, Carlos Bica, Demian Cabaud, João Guimarães, Paulo Perfeito, Gileno Santana, Xosé Miguelez e muitos outros. As suas colaborações ultrapassam o âmbito do jazz, tendo tido a oportunidade de tocar com António Zambujo, Elisa Rodrigues e Miguel Araújo.