Sublumia é uma performance / instalação sonora da autoria de Henrique Fernandes e Jorge Quintela. Teve a sua estreia em setembro de 2018, no Reservatório da Patriarcal, no âmbito do festival Lisboa Soa. Em 2020, o músico João Ricardo junta-se ao projeto no âmbito da edição em formato cassete de Sublumia-liquid aesthesia pela editora Skupina. Sublumia compõe-se por um conjunto de objetos sonoros / dispositivos visuais, distribuídos pelo espaço, que se podem caracterizar como facilitadores de uma relação simbiótica entre o emissor/objeto e o recetor/espaço. É idealizado como veículo de manipulação e potencialização de uma imagética plástica e sonora, e associado a características de um espaço subterrâneo, seja ele natural ou de construção humana. Os objetos que o integram utilizam a captação sonora e projeção de luz de e sobre água e diversos elementos eletromecânicos, tais como bombas de ar, motores dc e dispositivos de indução sonora, sem recurso a manipulação ou qualquer tipo de artificialização das fontes sonoras ou lumínicas. Há que referir, além das qualidades sonoras e ressonantes dos materiais utilizados, a procura pela qualidade da transparência nesses mesmos materiais, enquanto elemento estético e plástico, tais como a água, elemento central da obra e do espaço de intervenção, do vidro e do acrílico, enquanto veículos de transformação e potenciação de imagens e narrativas lumínicas e auditivas.

Entre os dias 3 e 5 de novembro, a instalação Sublumia vai estar na Capela do Espírito Santo em Montemor-o-Velho, aberta a visitas entre as 9h30 e as 17h30.


Sublumia is a performance / sound installation created by Henrique Fernandes and Jorge Quintela. It premiered in September 2018 at the Reservatório da Patriarcal, as part of the festival Lisboa Soa. In 2020, the musician João Ricardo joined the project as part of the cassette edition of Sublumia-liquid aesthesia by the Skupina label. Sublumia consists of a set of sound objects / visual devices, distributed throughout the space, which can be characterised as facilitators of a symbiotic relationship between the sender/object and the receiver/space. It is idealised as a vehicle for manipulating and enhancing plastic and sound imagery, and associated with the characteristics of an underground space, whether natural or man-made. The objects that are part of it use sound capture and light projection from and onto water and various electromechanical elements, such as air pumps, DC motors and sound induction devices, without resorting to manipulation or any kind of artificialisation of the sound or light sources. In addition to the sonorous and resonant qualities of the materials used, it is worth highlighting the search for transparency in these materials as an aesthetic and plastic element, such as water (the centrepiece of the work and the intervention space), glass and acrylic, as vehicles for transforming and enhancing images and luminous and auditory narratives.

Between 3 and 5 November, the Sublumia installation will be at the Capela do Espírito Santo in Montemor-o-Velho, open to visitors between 9.30 am and 5.30 pm.

Ficha Artística / Artistic Description

João Ricardo

Henrique Fernandes

Jorge Quintela

Criação/Creation: Sonoscopia

Fotografia / Photo: Vera Marmelo 

Henrique Fernandes

Formado em contrabaixo pela Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo, Henrique Fernandes desenvolve uma atividade paralela à sua formação clássica nas áreas da improvisação e da música experimental. Foi um dos mais dinâmicos impulsionadores do desenvolvimento da cena portuense a partir da transição do milénio, colaborando e tocando com inúmeros improvisadores e formações como Mécanosphère, Stealing Orchestra, Três Tristes Tigres, Estilhaços, John Zorn’s Cobra, Damo Suzuki ou Fritz Hauser. 

Nos últimos anos, concentra o seu trabalho na construção de novos instrumentos e na criação de obras sonoras que desenvolve coletivamente com a Sonoscopia, associação da qual é membro fundador e com a qual se apresentou em vários países europeus, América do Sul e Emirados Árabes Unidos. Como criador, foca-se no detalhe sónico dos objetos e dos materiais, desenvolvendo obras onde o som é reforçado por uma forte componente visual. Nesta área, destacam-se as peças para todas as infâncias “INsono” e “Futurina”, a exploração luminosa e eletromagnética “Draper Point” ou a imersão subaquática “Sublumia”.

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Jorge Quintela

Jorge Quintela formou‐se em Fotografia e Audiovisual, em 2003, na Escola Superior Artística do Porto. Trabalha em cinema como realizador e diretor de fotografia, colaborando, nesta área, com realizadores como Edgar Pêra, Rodrigo Areias, Rita Azevedo Gomes, Gabriel Abrantes e Salomé Lamas e Diogo Costa Amarante. 

Em 2010, realiza o seu primeiro documentário “On The Road To Femina” sobre o músico The Legendary Tigerman, apresentado no IndieLisboa, e a curta‐metragem de ficção, Ausstieg, premiada com uma Menção Honrosa na Competição experimental do Curtas Vila do Conde exibida em vários festivais internacionais. Em 2011, realiza “O Amor é a Solução para a Falta de Argumento”, galardoado com o prémio de Melhor Curta‐Metragem Portuguesa, em 2012, no FEST – Festival Novos Realizadores | Novo Cinema, que tem lugar em Espinho. Em 2013, ganha, com Carosello, o Grande Prémio do Curtas Vila do Conde e os prémios de Melhor Curta‐Metragem e Prémio do Público no Festival de Cinema Luso‐Brasileiro. A sua última curta‐metragem, “Sobre El Cielo”, de 2015, esteve em competição em importantes festivais internacionais, destacando se o NEXT film Festival em Bucareste e Crossing Europe Film Festival em Linz. 

Paralelamente ao seu trabalho em cinema, tem apresentado obras de instalação, vídeo e 16mm e performances audiovisuais, destacando‐se, em 2015, Spectroscope e Radioscope, exibidas na Solar – Galeria de Arte Cinemática, e no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura, em Guimarães. Em 2016, com a colaboração de Rui Lima e Sérgio Martins, cria SoundScope Cinema, apresentado no Curtas Vila do Conde e no Temps d’Images Lisboa. Colabora igualmente com a Sonoscopia Associação Cultural na criação dos projetos de performance/instalação “Drapper Point e Sublumia” que foram apresentados no Festival de Arte Sonora Lisboa Soa 2018 e na exposição Disposofónicos no Palacio Vila Flor em Guimarães.

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João Ricardo

João Ricardo nasceu no Porto, Portugal. Na sua infância, seis anos de estudos de piano levaram a uma curta carreira como guitarrista de metal na banda de culto Gangrena. Alguns anos após ter começado a trabalhar como técnico de som ao vivo, voltou a fazer música, mas desta vez com uma perspetiva mais alargada do som. Atualmente, dedica-se a atuações ao vivo (a solo e com outros improvisadores) e à produção multimédia/design de som.

Ao longo da sua carreira, o seu trabalho tem sido apresentado em sítios como After the Crisis Festival - General Public, Transmediale, Art-Ort, Open Source Festival, Ausland, denkodrom. de, Makroscope, Tiefgarage (DE); videolisboa, ovarvideo, MadeiraDIG, EME, STFU, Future Places, Casa da Música, Fundação de Serralves, NetaudioLx, Rescaldo - Culturgest (PT), Macfest, Alterarte, +VIDEO, ESTAMPA, Tunkashila e Störung (ES), Némo, Rendez-Vous Contemporains de Saint-Merry (FR), entre outros.

Repórter ocasional da revista jazz.pt, é também responsável pela curadoria da EdP - Editora do Porto e pelo programa de rádio "É tudo uma questão de frequência" da Rádio Manobras.

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Sublumia: liquid aesthesia [Teaser]

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